sexta-feira, 28 de agosto de 2015

LUCAS escreveu quando?




Quando Lucas escreveu?

Normalmente, os críticos dizem que os livros que contêm PREVISÕES ou profecias –como no caso do Evangelho de Lucas- foram escritos ou completados depois do fato ter acontecido.

Como NÃO querem aceitar um Criador (Salmos 14:1-3), acham que ninguém, em tempo algum, poderia ter ACERTADO sobre um acontecimento, antes dele se realizar.
Dessa forma, para eles, fica fácil “provar” que se algum fato histórico está relatado, o seu escritor não poderia ter falado sobre isso antes, mas, com certeza, teria escrito depois de tê-lo visto ocorrer.
Assim, consideram as profecias como “história disfarçada”, que dão a IMPRESSÃO de que foram faladas antes, sendo que foram, realmente, escritas depois.

Por isso, a cada tempo inventam uma nova teoria, ora unindo, ora separando o conteúdo dos livros bíblicos, como fizeram com Lucas, Gênesis, Isaías, etc. (Veja os "posts" Gênesis... e Isaías...)

Lucas, por exemplo, escreveu sobre a DESTRUIÇÃO de Jerusalém, no ano 70 da Era Cristã, que foi prevista pelo próprio Jesus.
Disse que “quando a vissem CERCADA por exércitos, deveriam fugir da cidade”, pois teriam uma única chance (Lucas 19:41-44 e 21:20-24 - Veja nas traduções: Almeida ou TNM ).
Isso é o que a Bíblia diz e a História confirma.

No ano 66, o comandante romano Céstio Gallo sitiou a cidade e quando tinha tudo para conquistá-la, sem nenhum motivo visível, levantou o cerco e abandonou-a. Até então não tinha tido perdas. Depois, as teve.
Essa seria, então, aquela CHANCE de qual Jesus falara. Era para os cristãos fugirem de lá e eles fugiram mesmo, indo para a cidade de Pela, na atual Jordânia.
Entretanto, a maioria dos judeus NÃO acreditou nas palavras de Jesus e, por isso, ficaram na cidade. No ano 70, os romanos voltaram, sob o comando final do general Tito, que depois de sitiar Jerusalém destruiu-a totalmente, inclusive destruindo o seu majestoso Templo, que fora reconstruído pelo Rei Herodes, o Grande.

Foi a maior tragédia para os israelitas ou judeus até então. 
Foram milhares de mortes e de prisioneiros. Nenhum, daqueles que lá ficaram, escapou.
Até hoje, o “Arco de Tito” em Roma mostra isso.
Diante disso, o que é que os críticos falam?

 
Foto de parte do Arco de Tito em Roma, que mostra os judeus sendo levados prisioneiros

Ora, para os “críticos” fica fácil.
Se Jerusalém foi destruída no ano 70, o Evangelho de Lucas, pelo menos no trecho que previu isso, foi escrito DEPOIS do fato ocorrer.
Como não podem contestar que Jesus viveu antes, dizem que as suas palavras foram inventadas por algum escritor, que depois de presenciar o cerco e a destruição as colocou no livro, de forma que parecesse que fora Jesus quem as tivesse falado enquanto estava vivo.
E o gozado é que muitos religiosos modernos, científicos, PARECEM defender esses críticos, expressando as suas idéias e as apoiando em suas traduções bíblicas, nas suas “notas e introduções aos capítulos”.

Por exemplo, a Tradução Ecumênica Brasileira – TEB, de origem francesa, na introdução do Evangelho de Lucas, diz que esse livro foi escrito primeiro e depois foi escrita a continuação, que é o livro de Atos.
Essa Tradução está disponível "on-line" (ou pela Internet).
Ela diz que para se saber quando aquilo foi feito, “pode-se observar que Lucas conheceu o cerco e a destruição de Jerusalémno ano 70.” 
Diz que, atualmente, “quase todos os peritos situam tal escrita por volta de 80-90”, embora alguns lhe atribuam uma “data mais antiga”. (Grifo nosso)

E na introdução do livro de Atos, diz que “um ponto é claro: Atos foi escrito DEPOIS do evangelho” “por volta dos anos 62-63”. 
Apesar disso, de falarem que o "primeiro relato" ou o Evangelho de Lucas foi escrito ANTES, dizem que "NÃO pensam poder admitir” que ele o tenha escrito até 62-63 e que a “análise o situa, hoje, tranquilamente por volta dos anos 80” (Grifo nosso).

Assim, não podem negar que o evangelho foi escrito ANTES do livro de Atos, que parece ter sido terminado por volta da estada de Paulo em Roma, nos anos 62-63.
Todavia, dizem que essa data poderia NÃO ser certa, pois, para escrever o seu evangelho, Lucas teria se baseado nos escritos de Marcos e, segundo algumas fontes, Marcos teria terminado de escrever o próprio relato por volta do ano 65.
Portanto, pelas suas próprias palavras, os críticos dizem que Lucas escreveu o evangelho primeiro do que ATOS, mas depois lançam dúvidas sobre isso.
Não pensam poder admitir que o evangelho de Lucas foi escrito antes do ano 66 da Era Comum, quando houve o primeiro cerco de Jerusalém.

Expulsão dos judeus de Roma

Entretanto, uma outra fonte, fora da Bíblia, talvez possa confirmar tal escrita antes dessa data.
O escritor romano SUETÔNIO escreveu uma biografia do Imperador Cláudio, que reinou sobre Roma, do ano 41 ao 54 da Era Comum.
Nessa obra, Suetônio diz que Cláudio EXPULSOU os judeus de Roma, “pela perturbação (ou alarido) que faziam por causa de Chrestus” .
Busto do escritor romano Suetônio

No entanto, pela diferença de UMA letra, por um “E” em vez de um “I”, dizem que esse ChrEstus não seria (Jesus) ChrIstus, embora tudo indique que fosse (veja o “post”: Chrestus).

Embora os críticos digam que aquela "perturbação" NÃO foi causada pelos cristãos, fica claro que houve uma expulsão de judeus.
Alguns dizem que isso aconteceu nos anos 49 ou 50.
Ocorre que esse fato histórico também foi registrado por Lucas, quando escrevia o seu “segundo relato”, que era o livro dos ATOS dos apóstolos, conforme se vê no caso do casal Priscila (ou Prisca) e Áquila, em Atos 18:2.
Eles mesmos, como cristãos judeus, foram incluídos naquela deportação.

Nesse ponto, Lucas está destacando as ações do apóstolo Paulo, narrando os acontecimentos em sequência, como se fosse um “diário de viagens”, pois ao que parece acompanhava-no.
Assim, ele poderia estar anotando o fato no momento em que aquilo estava acontecendo.
E se Lucas escreveu, mesmo, essa expulsão de judeus no tempo em que ela ocorreu, isso mostra que, por volta do ano 50, ou por volta de quando se deu aquela expulsão, ele já estava escrevendo o seu “segundo relato”, que era o livro de Atos. 
E se já estava escrevendo o SEGUNDO livro, isso mostra que, no tempo daquele imperador, já havia terminado de escrever o seu PRIMEIRO relato, que foi o seu Evangelho.

Portanto, o Evangelho de Lucas, sendo o seu “primeiro relato”, já teria sido escrito no tempo do Imperador Cláudio (ou antes) e ele reinou só até 54.
Assim, fica claro que Lucas falou antes, muito antes, sobre o cerco de Jerusalém.

Contudo, para combater essa EVIDÊNCIA, os críticos dizem, AGORA, que os escritos de Lucas são uma obra única, feita de uma só vez, do início do Evangelho até o fim de Atos e que só depois foi dividida em DOIS livros, como se encontram na Bíblia atualmente.

Entretanto, NUNCA, no tempo original dessa escrita, se falava nessa unificação como também não se falava, naquela época, da divisão do livro de Isaías.
Mas o propósito é o mesmo, considerando que a “divisão” de Isaías ou a “unificação” dos dois relatos de Lucas são feitas apenas para “provar” que profecias ou previsões não existem.

Por causa disso, dividem em treis partes, pelo menos, o livro de ISAÍAS, uma obra que tudo indica ter sido escrita por um único autor, do princípio ao fim. (Veja o “post”: Isaías – um ou três?)
Por outro lado, pela mesma causa, UNIFICAM duas obras que tudo indica terem sido escritas pelo mesmo autor, mas em épocas diferentes.
No caso de Lucas, querem fazer crer que o seu evangelho, que dizem ser a “primeira parte de uma única obra”, embora tenha sido o primeiro dos dois escritos de Lucas, só teria ficado conhecido DEPOIS de terminada a escrita de Atos.

Com isso, querem fazer crer que o cerco de Jerusalém, em 66, e a destruição daquela cidade, em 70, NÃO foram profetizados ou previstos por Jesus, como Lucas mostra, pois o povo NÃO ficou sabendo dessas previsões por meio do evangelho dele, tendo em vista que tal livro só ficou conhecido depois dessas coisas ocorrerem.
Como o final de Atos deixa claro que foi terminado por volta de 62 e como fica claro que o evangelho fora terminado antes, dizem que os dois só ficaram CONHECIDOS pelo público depois de Atos e põem dúvidas sobre a data final desse último livro de Lucas.

E como a História mostra que tanto Lucas como Marcos estiveram em Roma, com Paulo, dizem que Lucas baseou-se em Marcos para escrever o seu “primeiro relato” ou seu evangelho.
No entanto, dizem que Marcos escreveu o próprio relato numa época mais tardia, do ano 65 em diante. E se Lucas tinha se baseado nele, teria escrito mais tarde ainda.

MAS não foram só Marcos e Lucas que escreveram sobre a destruição de Jerusalém.
O “primeiro evangelho”, de Mateus, também mostra a profecia de Jesus.
E existem fontes dizendo que Mateus o escrevera no ano 41 da Era Cristã.

Tudo indica, assim, que tanto o primeiro cerco como a destruição daquela cidade foram mesmo PREVISTOS por Jesus, conforme constam nesses evangelhos, escritos ANTES daqueles fatos se realizarem.
Como NÃO querem aceitar isso, fazem esses ajustes absurdos, dizendo que Chrestus não é Christus, que aquela expulsão não foi de cristãos e que os evangelhos não foram escritos antes daqueles fatos profetizados.

Suas “provas” são a diferença de uma letra, a menção ou não do termo cristão, alguma “data”, divisão ou unificação dos livros, etc. (Veja o “post”: Chrestus)
Se não é uma coisa, é outra.

Com tal comportamento, parece que “não pensam poder admitir” que as PREVISÕES existem e que, no esforço desesperado em desmenti-las, vão contra as suas próprias evidências, procurando dar aos seus argumentos um rótulo de pesquisa erudita e científica.

O interessante é que, sutilmente, esses argumentos CONTRÁRIOS às profecias ou previsões são usados até por alguns que parecem apoiar a Bíblia, como no caso do livro “E a Bíblia tinha razão...”, de Werner Keller (ou WK), edição de 1981. 



Crédito das Fotos: Postagens da Internet


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